As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2021 com a Samarco transcorrem com a velha choradeira da empresa, agravada ainda pelas cicatrizes da tragédia de Bento Rodrigues. Desde então, os trabalhadores tiveram seus salários congelados, mas se empenharam de corpo e alma para que a empresa superasse as consequências do acidente.
A Samarco voltou à atividade e nas negociações coletivas com os trabalhadores está fazendo questão de esquecer os seus compromissos, entre os quais, restabelecer as enormes perdas salariais sofridas desde 2015.
O empenho, responsabilidade e parceria dos trabalhadores estão mais uma vez sendo ignorados pela Samarco nas negociações do Acordo Coletivo deste ano. Diante de uma inflação altíssima, severas dificuldades dos trabalhadores para manter suas famílias, a Samarco quer aumentar ainda mais nossa aflição com um arrocho desproposital sobre os salários.
Em reunião com o METABASE MARIANA e Sindimetal (ES), a empresa ofereceu um reajuste salarial de 7%, ou seja, um percentual muito abaixo da inflação anual medida pelo INPC. Com esta proposta, o piso salarial na empresa passaria de R$ 1.572,80 para R$ 1.683,00. Ainda pela proposta de arrocho da empresa os benefícios econômicos também seriam corrigidos bem abaixo da inflação, deixando de fora a possibilidade de reajustar as cláusulas de auxílio creche e do plano de saúde AMS, como se saúde tenha deixado de ser importante sem ter acabado a pandemia de Covid-19.
Com o reajuste de 7%, alguns benefícios seriam alterados da seguinte forma:
- Como dissemos, a proposta da empresa é inaceitável e não podemos admitir mais perdas salariais, exigindo que tenhamos uma proposta decente para submetermos às assembleias.
Esperamos que a Samarco entenda os trabalhadores como força fundamental e principal para os resultados operacionais e financeiros, como sempre aconteceu com os constantes recordes que batemos até bem pouco tempo. Se deteriora a condição de trabalhar não há como manter o mesmo empenho, sabendo que nossas famílias perdem sua tranquilidade, obrigados a cortar as condições sociais em nossas vidas. Aguardamos nova reunião de negociações, com uma postura mais responsável e respeitosa da empresa.