Empresa fala até em escolhermos entre ter saúde ou alimentação
A Vale apresentou hoje ao Sindicato uma proposta que é digna de pena. Acenou para os trabalhadores com um reajuste de 3,5% apenas nos salários, sem repassar nada da inflação para cartão alimentação e nenhum dos benefícios socioeconômicos vigentes em nosso acordo coletivo.
Até parece que os trabalhadores precisarão fazer uma “vaquinha” para aumentar os lucros extraordinários da mineradora, para que ela continue distribuindo bilhões para acionistas arrancados no lombo de quem trabalha para cumprir metas de produção quase no nível da escravidão.
A Vale se enlameou na sugestão de fala vergonhosa e inescrupulosa, de que os trabalhadores deveriam escolher entre custos de melhorias no plano de saúde ou reajuste no cartão alimentação. Para uma empresa que diz disputar o posto de maior mineradora do mundo, é uma vergonha que as concorrentes demonstrem para seus próprios trabalhadores este absurdo sugerido pela exploradora brasileira. É uma nódoa para circular o mundo, demonstração de descaso, de desrespeito e de exploração sem tréguas.
Ainda na reunião, a empresa apresentou proposta de eliminar o “Fator Vale” do cálculo da PLR, passando a uma nova fórmula de cálculo “TARGET de 4,67 X 1,5 (painel de metas), que dá na multiplicação o limite de 7 salários.
Num último ponto, reivindicação cobrada insistentemente pelos trabalhadores, a empresa passa a cobrir 90% dos custos de atendimento de dependentes com necessidades especiais – PCD - (como autismo), com limite de R$2.770,00 por mês, mantendo percentuais de 55% ou 80% conforme faixa salarial.
Nova reunião de negociação já foi agendada pela empresa para o próximo dia 1º de novembro, data base da categoria.
