Se é difícil agora mexer na saúde, os cortes podem começar pelas nossas barrigas
Desde o início, a Vale vem informando que as negociações do Acordo Coletivo deste ano iriam se limitar a três pontos: reajuste salarial e/ou abono; cartão alimentação; e Plano de Saúde. Os demais pontos foram antecipadamente declarados como garantidos, com iniciativa também de transferir todos os benefícios para o Acordo Coletivo Regional.
Com apenas três pontos discutidos, sem passar pela “Pauta de Reivindicações” da categoria, a Vale começou muito mal o processo de negociações. Os discursos repetidos como uma matraca falam insistentemente de “deflação”, numa tentativa de induzir que o reajuste salarial pode ser muito achatado diante de uma inflação acumulada menor, desde as medidas de baixar os preços nos postos para dar combustível à campanha eleitoral, ignorando os preços em disparada nos supermercados.
Pior ainda, na reunião desta terça-feira, 25 de outubro, a Vale afirma que garante o cartão alimentação, mas sem qualquer reajuste do seu valor, o que obrigaria a todos a uma carestia no longo tempo até o próximo acordo coletivo.
A proposta gerou a pronta indignação da direção do Sindicato, transformando o clima na reunião de negociações. Repudiamos a proposta e afirmamos nossa repulsa à tentativa de sacrificar a categoria com um corte escandaloso em cima de alimentação, como tem tentado fazer também em cima do plano de saúde, apesar de garantir o plano AMS para quem aprovou o Acordo Coletivo Regional.
Propôs também na reunião a manutenção do mesmo modelo de PLR, sem qualquer alteração, para os trabalhadores que aprovarem o acordo coletivo 2022.
A empresa nada falou sobre reajuste dos salários, mas já acenou com tentativa de índice mais baixo, acompanhando a deflação “oficial”, que não reflete a inflação real que nos aflige.
Na reunião, a Vale garantiu a data-base de 1º de novembro, estendendo-a até o dia 15, já marcando nova reunião de negociações para o próximo dia 3.
