O METABASE MARIANA e o Sindmetal, que representam trabalhadores na Samarco foram notícia em todos os meios de comunicação que lidam com matérias de econômica. Os dois sindicatos e os credores da Samarco, entregamos à Justiça, em Belo Horizonte uma proposta de plano de recuperação da empresa, alternativo ao que ela havia apresentado anteriormente.
Em um dos principais pontos de nosso documento exigimos o direito de voto na Assembleia para validare o plano dos credores, condição que a previsão de lei não nos impede.
Como donos de R$ 26,4 bilhões da dívida de R$ 50,5 bilhões, os credores têm mais do que direito de defender nossos direitos neste processo indenizatório.
Temos total interesse na retomada das atividades da empresa, como forma de gerar empregos e divisas para os municípios, sendo estas condições imprescindíveis para a sustentabilidade social originada pela nossa atividade.
Não concordamos, de forma nenhuma, que a empresa só poderiam recuperar os patamares de produção de 28 milhões de toneladas anteriores à tragédia de Bento Rodrigues apenas em 2029, como a empresa tenta fazer crer.
Em nossa proposta de plano alternativo procuramos ressaltar que nosso objetivo é objetivo é viabilizar a recuperação judicial da Samarco, através do equilíbrio entre a preservação da empresa e os interesses de todos os envolvidos.
O plano traz melhorias nas classes I (trabalhista), classe III (quirografário) e classe IV (ME e EPP). Dentre as melhorias na classe I, os Sindicatos propuseram alteração na taxa de juros de 1% ao ano para 1% ao mês retroativo à data do pedido de RJ, ou seja, desde 9 de abril de 2021 e estabilidade de empregos durante 24 meses. A proposta dos Sindicato foi baseada no plano da própria Samarco, com inserções específicas para estabilidade de emprego de 24 meses e pagamentos extraordinários se as projecções do plano inicial, como preços de minérios, tiverem sido muito conservadoras.
Os credores da Samarco representam um total de 2.065 trabalhadores e 163 micro e pequenas empresas. Os planos agora serão votados em outra assembleia ou por meio de documentos escritos e assinados pelos credores. Vale e BHP pediram na Justiça para que possam votar como credores, já que a Samarco listou R$ 24 bilhões que deve a suas acionistas por linhas de crédito que as duas empresas estenderam para pagar os reparos do desastre e financiar operações. Se as empresas tiverem permissão para votar, terão a maioria dos votos. Sem elas, os detentores de títulos do comitê ad hoc terão a maioria dos votos.
O Sindicato manterá os trabalhadores informados e reforçamos nosso alerta para tomarem extremo cuidado com iniciativas que tentem comprar o seu direito de representação, que normalmente te oferecem infinitamente menos do que têm direito.
