Com mais de um século da abolição do regime escravocrata no Brasil, o costume de explorar e escravizar é sempre ressuscitado por quem galga o poder de mando e não tem preparo para lidar de forma humana com seus semelhantes. Em pleno 2022 podemos afirmar que estamos livre deste sofrimento imposto por escravidão no Brasil? Ou a forma de escravizar mudou?
Temos recebido várias denúncias sobre os gestores da Mina Brucutu, que se comportam como verdadeiros feitores. Nossos companheiros que lá trabalham relatam ameaças, pressões psicológicas, e até coação, para que preencham relatórios com dados que favoreçam a empresa. Atualmente as denúncias são sobre o desrespeito com os prazos de lanches e almoços dos nossos companheiros, que relatam que os horários estão sendo determinados por seus gestores, e que. muitas vezes. o almoço acontece na parte da tarde.
Entendemos isso como uma analogia à escravidão, que apesar do trabalho ser remunerado, voltamos aos tempos sombrios, onde “coronéis” se acham donos de seus trabalhadores, reconhecem a necessidade dos que estão lá em trabalhar e usam isso para coagir nossos companheiros para que façam suas vontades e, assim, manterão seus empregos.
Não podemos deixar de frisar que todo gestor é também um trabalhador e não é por ocupar um cargo de confiança na empresa, que tem o direito de menosprezar os direitos dos trabalhadores, direitos esses que foram conquistados através de luta, de sangue e de uma força sindical que vem há anos batalhando para se manter lado a lado dos nossos companheiros e de seus direitos.
Para além de toda a barbárie que vem sendo cometida, a empresa vem diminuindo o valor dos seus trabalhadores. Da mesma forma como agiam os coronéis, a Vale vem demitindo nossos companheiros como se os mesmos não tivessem valor, não tivessem com o seu suor e trabalho construído diariamente uma história que é mundialmente aclamada e a riqueza de poucos que comandam a empresa. Como meras mercadorias, trabalhadores são trocados por mão de obra mais barata, desvalorizados, sempre apreensivos em relação à seu futuro naquele lugar.
As situações que chegaram até nós, nos causaram grande espanto, pois é inadmissível que tamanho desrespeito aconteça sem que nada seja feito. Não deixaremos nossos companheiros desamparados e não aceitaremos ameaças e desmandos sobre aqueles que diariamente, saem de casa para trabalhar e confiam no trabalho da nossa instituição.
Manifestamos um sonoro NÃO a essa forma de escravidão moderna e não vamos nos calar enquanto nossos companheiros seguem sendo humilhados e ameaçados em seus postos de trabalho. Gestores carrascos, não passarão!
Um Sindicato forte e consolidado é fruto da sua participação!