Após a divulgação de números fabulosos em seu balanço de 2021, com um lucro líquido de R$ 121,2 bilhões (aumento de 360% em relação a 2020) e distribuição de R$ 18,5 bilhões a acionistas neste mês de março, a Vale está fazendo fila de trabalhadores no cadafalso das demissões.
Em Mariana, vão acontecendo muitas demissões mensalmente e o facão corta cabeças no país inteiro, como vêm sendo denunciando por outros sindicatos que representam trabalhadores na mineradora.
O compromisso assumido nas negociações do acordo coletivo de não praticar demissão em massa foi esquecido e a Vale chega até justificar as demissões de “157 funcionários” denunciados no canal interno, motivadas, segundo a empresa, por assédio moral e sexual, questões de gênero e situações que a levam “se livrar de uma cultura tradicionalmente tóxica no local de trabalho”. Segundo informações passadas pela própria empresa em reportagens dos jornais “VALOR” e “O GLOBO”, de 11 de março, o canal interno contabilizou 6.248 denúncias, que resultaram 3.014 “ações corretivas”.
Ao mesmo tempo em que a empresa tenta justificar uma parte das demissões eticamente, outro grande volume de cabeças cortadas leva os trabalhadores à extrema preocupação, pois as metas da empresa são extremamente apertadas e quase desumanas, a começar pela imposição de turno de 12 horas de trabalho numa atividade como a mineração, que traz o esgotamento físico e mental dos trabalhadores, proposta que o METABASE MARIANA rejeita.
Repudiamos as demissões sejam quais forem os motivos que não se qualifiquem por justa causa, que sejam resultado de perseguições e principalmente por medidas de cortes de custo para aumentar o lucro e abarrotar os cofres de investidores.